quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

As empresas públicas não são cobaias para enriquecimento curricular, e sabe-se lá de mais o quê, dos políticos.

E os estaleiros de Viana? Ui, aquilo anda quente! Mais de 600 trabalhadores convidados a sair. Fala-se que menos de duzentos serão novamente contratados… É estranho, muito estranho!
É sabido que a Martifer ficou, há já alguns anos, com a concessão de uma outra empresa do ramo em Aveiro, a Navalria, S.A.. Concluo que a Martifer já terá alguma experiencia na área, logo saberá porque necessita de cerca de duzentos e não seiscentos trabalhadores.
Preocupa-me os quatrocentos trabalhadores que ficarão sem trabalho. Ao mesmo tempo pergunto se, até hoje, terá havido trabalho nos estaleiros para toda esta gente. Seriam todos necessários? Não sendo, porque é que ainda lá estavam? Quando foram contratados eram mesmo necessários? Como entraram para os quadros da empresa. Terá havido concurso de admissão? Ou terá sido, como em muitas outras ocasiões, em que se entrava porque o chefe é amigo da família? Também, se assim fosse, não seria caso único no país.
Se a Martifer ficou com a concessão dos estaleiros, não será, certamente, para perder dinheiro. Será com certeza para produzir e para rentabilizar.
Parece-me que os Estaleiros de Viana são mais uma entre muitas empresas do Estado, onde não foram feitos os rastreios na devida altura e agora a doença é maligna.
Pelo que me dá a entender, nas empresas públicas, nunca foi preocupação dos gestores saber se as empresas eram rentáveis ou não. Casos como RTP, PT, CP, TAP, EDP, Estaleiros, Metro, Transtejo, entre muitas outras, são disso exemplo. Casos de autênticas sague-sugas, sumidoras do erário público. Gestores que se auto promoviam, que se auto avaliavam, que definiam os seus próprios vencimentos e os mais variados prémios a si o por si atribuídos. Alguns sentiam-se como “Alice no país das maravilhas”.
Sempre defendi que quanto menos Estado gestor nas empresas, melhor para todos. Pelo menos da forma que as coisas têm sido feitas, com cargos de chefia de nomeação politica. Basta nas campanhas abanar umas bandeiras e já se tem um poleiro. Pessoas sem experiência nenhuma na vida empresarial postas em Conselhos de Administração, ou como executivos nas empresas do Estado deu no que deu. Prejuízos acumulados ao longo dos anos sem que o Estado fizesse nada, ou melhor, fez, injetou dinheiro para cobrir os prejuízos que os seus protegidos boys iam acumulando. Grande festa, os gestores erravam o Estado injetava. Alterava o Governo, alteravam-se os cargos de nomeação nas empresas e tudo continuava na mesma.
Nunca houve coragem para mudar, para mostrar alguma sensatez nas decisões dos gestores.
É necessário parar com as nomeações políticas nas empresas onde o Estado tem participações. As empresas não são cobaias para enriquecimento curricular, e sabe-se lá de mais o quê, de políticos. É necessário deixar que os quadros internos das empresas sejam motivados pela aspiração aos lugares de chefia. Eles são quem melhor conhece as empresas e o ramo de negócio.

Não vejo, nos atuais políticos, capacidade para fazer de Portugal um país atrativo para investidores estrangeiros, para fazer de Portugal um país respeitado, para por as contas públicas equilibradas. Quando falo dos atuais políticos não me refiro apenas ao Governo, falo de todas as bancadas da Assembleia da República. O país precisa de gente séria e de trabalho que não procure o estrelato, mas sim o bem-estar de todos. Não precisamos de oposições que o são apenas por serem. Precisamos de oposições que quando tiverem de estar ao lado do governo lá estejam. Que ponham a Nação acima de tudo. Precisamos de governos que reconheçam quando erram, que deem razão à oposição quando ela merece.
Nada disto acontece e todos sabemos porquê. Os olhos dos políticos estão sempre postos nas eleições, há que agradar ao eleitorado. Uma medida impopular do Governo, mesmo que necessária, é sempre uma arma para a oposição. O mesmo acontece quando a oposição faz uma proposta válida, necessária a Portugal. O Governo não a aceita porque seria dar parte de fraco, seria mostrar ao seu eleitorado que as suas ideias esgotaram-se, ao mesmo tempo, se a proposta da oposição fosse aceite pelo Governo, seria mais uma vez aproveitado pela própria oposição para dizer que eles é que têm ideias para salvar o país e assim provocar uma onda de insatisfação para com os Governo. Mediocridade, é disso que falo.
O povo já se apercebeu disto, a prova está na cada vez maior abstenção nos atos eleitorais. Não tardará muito tempo em que teremos governos eleitos com percentagens muito abaixo dos cinquenta por cento. Que legitimidade terá um governo eleito por menos de metade dos eleitores? – … não sei responder!

Não vejo os políticos preocupados com isto, como não os vejo preocupados com muitas outras coisas, como é o caso da baixa taxa de natalidade. Este é um assunto que me preocupa bastante. Destruiu-se o pouco que havia para incentivar a natalidade. Dentro de poucos anos sofreremos pelos erros agora cometidos. O tempo o dirá. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Poder Judicial / Poder Executivo

Alteração de poder em portugal, descobri que o Tribunal Constitucional é quem tem o poder executivo. A ele compete decidir se uma Lei do Legislativo deve ou não ser posta em prática.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Análise e comparação aos resultados das eleições autárquicas de 2009 e 2013 em São João de Lourosa

Mesmo sendo suspeita, aqui fica a minha análise às eleições à Assembleia de Junta de Freguesia em São João de Lourosa.



2009
2013
Diferença
PSD
1097
810
-287
PS
702
777
75
CDS
144
161
17
CDU
70
100
30
BE
47
0
-47
Nulos
37
65
28
Brancos
48
98
50
Totais
2145
2011
-134
Quadro comparativo das eleições em São João de Lourosa
 entre 2009 e 2013


Ao analisarmos o quadro, verifica-se que o PSD perdeu 287 votos, o PS aumentou 75 votos, o CDS aumentou 17, a CDU aumentou 30, o BE não concorreu em 2013, os votos nulos aumentaram 28 e os brancos aumentaram 50, verifica-se também que votaram menos 134 pessoas.

Os 30 votos a mais da CDU terão sido retirados ao BE, partido que nestas eleições não apresentou lista candidata, sobrando ainda 17 votos que possivelmente terão ido para o PS, visto todos serem de esquerda.

Agora vamos ao PSD. O PSD perde 287 votos, 134 deles são de quem não votou nestas eleições comparando com 2009 e que, possivelmente, estará descontente com a conjuntura atual do país, aos quais se deve juntar o aumento de 78 votos nulos e em branco, mais o aumento do CDS em 17 votos. Com estes cálculos restam 58 votos (287-134-78-17=58) que terão transitado do PSD para o PS.

O PS aumenta 75 votos provenientes, possivelmente, 17 do BE e 58 do PSD, isto não levando em linha de conta o crescimento dos eleitores da freguesia, se este factor for levado em conta, poderá não ter retirado nenhum voto ao PSD.

Mesmo com a campanha feita pelo PS, com outdoors espalhados por todo o lado, porcos no espeto para a população, lanches no final das sessões de esclarecimento e mentiras, o PS apenas aumentou 75 votos em relação a 2009.


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Poluição visual.

Em época de eleições os excessos, infelizmente, fazem parte do dia-a-dia. Excesso nas palavras, nos actos e na propaganda, principalmente.
A nível de propaganda exterior, com cartazes e outdoors, a poluição visual é de tal maneira elevada que se chega a cúmulo de tapar edifícios históricos, de se danificar zonas verdes, de se sujar vias públicas, enfim, é um sem número de excessos.

Há candidatos autárquicos que, por terem passado a vida enclausurados no seu próprio mundo, vivendo um autismo por si induzido, vêm, em época de eleições, e porque são candidatos, poluir visualmente a paisagem. Não sei se, com tanto outdoor, ficarão conhecidos pelo valor como homens, se é que o têm, ou se pela falta de respeito pelo meio ambiente.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Propaganda mal colocada.

Sempre que há eleições verifica-se um sem número de cartazes e outdoors por todo o lado. Não sei se haverá alguma Lei que regule a colocação deste tipo de propaganda política, se não há deveria haver, isto porque alguma desta propaganda é colocada em locais que prejudica a visibilidade dos condutores.
Deveria ser proibida a colocação de propaganda, fosse ele de que origem fosse, junto a rotundas. Viseu, sendo uma cidade onde predominam as rotundas, estas são o local privilegiado para a propaganda. Se forem outdoors colocados em altura, nem existe muito incómodo, o problema é quando os cartazes são colocados no chão, mesmo junto às rotundas. É comum, em Viseu, encontrar um cartaz à nossa esquerda quando nos aproximamos de uma rotunda, impossibilitando a visibilidade dos condutores quando entram nessa rotunda. Uma vezes os partidos, outras os sindicatos, o que é certo é que estes cartazes estão lá.

Em Viseu, gostaria de ver o município regulamentar esta situação, impedindo a colocação de propaganda no chão junto às rotundas.

sábado, 22 de junho de 2013

Um modelo esgotado

Uma coisa é certa, e disto não tenho dúvidas, Portugal, dificilmente voltará ser o que era. Por mais que nos custe, temos de nos adaptar à nova realidade. Todos os que adiarem essa adaptação, resistindo a ela, estão a ser ultrapassados por aqueles que já se adaptaram e que com isso estão a construir o seu futuro numa base mais real, ainda que injusta. Não sou contra as manifestações, mas por vezes sinto que, da forma que são feitas, não passam de um sedativo para muita gente. Defender os nos interesses e direitos é um dever ou até mesmo uma obrigação. Não se pode é confundir direito com regalia. De que vale defender uma regalia se já não existe base para a sustentar?
A vida é feita de ciclos, neste momento, estamos a terminar um e a iniciar outro, sempre foi assim. Se olharmos para o passado, não muito distante, iremos encontrar classes sociais que perderam as suas regalias “adquiridas” porque um ciclo terminou. Por exemplo, as pessoas ligadas à monarquia, após 1910, ou aceitaram a republica ou ficaram para trás. Muitos dos que aceitaram o novo regime conseguindo adaptar-se e fizeram sucesso. Outro caso, os empregados do Estado na época do Estado Novo, no caso da PIDE, após 1974, ou se adaptaram e aceitaram o novo regime ou ficaram para trás. Muitos dos ex-membros da PIDE formaram carreiras de sucesso num regime que não era o que defendiam anteriormente.
Atualmente, não é de regime que se fala mas de sustentabilidade de um modelo que se esgotou, foram aproximadamente vinte anos dourados. Para se manter o modelo, ou criamos riqueza que permita a sua sustentabilidade, ou continuamos a pedir dinheiro emprestado. Já vimos que a nossa credibilidade como devedores não é a melhor. Hoje só nos emprestam dinheiro se aceitarmos que os nossos credores nos vigiem e ditem as regras para a plicar esse dinheiro.

Não quero que as pessoas se acomodem às imposições “troikanas”, mas que se adaptem, inovando e empreendendo, o quanto antes para que, no futuro, não tenhamos que ter terceiros a ditar-nos as regras.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Portagens

Ora vejamos quanto uma empresa de Viseu, que necessita de passar nas nossas Scuts, para entregar os produtos aos seus clientes, pagou no ano de 2012. Encontra-se na contabilidade dessa empresa, na conta 62512-Portagens, o valor de 26.300,00€, isto só referente a 2012.

Como poderemos ser competitivos com mais de 2.000,00€ de portagens por mês?


O IRC elevado (25%), a derrama no máximo (1,5%), portagens caríssimas, o IVA nem se fala, e não me venham com essas de as empresas são apenas intermediárias do IVA. Só diz isso quem não sabe o que é comprar um activo que custe centenas de milhares de euros, onde 23% do valor é IVA. 
Não há tesouraria que aguente.





sexta-feira, 14 de junho de 2013

Instabilidade do tempo

Estou preocupado. A instabilidade do tempo, este ano, já fez das suas na agricultura, prevendo-se que o verão seja assim também. Não bastava as árvores de fruto não terem quase nada, para agora corrermos o risco de as vinhas também serem afectadas. A crise também chegou às condições meteorológicas.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Afinal quem é o palhaço?


Mais uma vez o Miguel Sousa Tavares  mostrou a sua personalidade, já o tinha feito a quando do seu comentário sobre os portugueses por causa da atitude da Maitê Proença.

A falta de respeito, do povo português, pelo Presidente da República já não é de agora. Nos últimos anos temos visto, por várias vezes, pessoas ou grupos de pessoas usarem palavras pouco dignas para com o Aquele que é a Entidade Máxima de Portugal. Seja ele o António, o Manuel ou João, o Presidente da República é o representante da soberania em Portugal, é o representante máximo do poder executivo, é ele o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições, sendo ainda, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas. Nada do que aqui escrevi sobre as funções do Presidente da Republica é novo, basta ler a Constituição da Republica Portuguesa.
Recordo a lamentável atitude, e falta de respeito, de alguns habitante de Canas de Senhorim, para com o Presidente da Republica, Jorge Sampaio, há alguns anos atrás, a quando de umas comemorações. E não foi a única vez que isso aconteceu, se fizesse uma pesquisa iria, certamente, encontrar muitas mais.
É grave, muito grave, haver atitudes destas para com o Chefe máximo de uma Nação. Mais grave ainda é quando essa falta de respeito vem de pessoas com responsabilidade acrescida, como é o caso de deputados da Assembleia da República. Por vezes fico incomodado com a forma como alguns deputados se referem ao Presidente da República,  parece que estão a falar do “Zé da Esquina”. Muitos destes deputados, que ainda nada fizeram pelo país, deveriam, em vez de se porem em bicos de pés, fazer uma vénia ao Presidente da Republica, seja ele o Presidente A, B ou C. Qualquer um dos Presidente da Republica que tivemos, fizeram, mal ou bem, mais pelo país que qualquer um desses deputados que os criticam de uma forma tão pouco elegante.

Voltando ao Miguel Sousa Tavares  .
O Presidente da República, Cavaco Silva, pediu uma investigação às declarações do escritor em causa. Imaginamos que o Presidente da Republica não o fazia. A esta altura o Miguel S. Tavares   era um herói, tinha dado umas entrevistas, onde iria reafirmar que o Presidente da Republica era um palhaço, com toda a gente a dizer: -“este tipo é que é, diz o que tem a dizer” – um herói portanto. Mas não, o Presidente da Republica, para mal do de muita gente, pediu uma investigação e o Miguel S. Tavares   lá veio dizer, com as orelhas baixas, que se excedeu, e que pede desculpa, não ao Cavaco Silva, mas ao Presidente da Republica. Tão inocente que ele é, até mete dó, coitado, não sabia distinguir o Presidente da República do António Aníbal.

Quem não respeita a instituição Presidente da Republica, não pode ser bom português.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Recordar músicas


Certamente todos temos uma música, ou mais, que nos marcaram. Falar de música sem falar de Bruce Springsteen é,  para mim, quase impossível. Recordo a primeira vez que ouvi uma musica dele, tinha eu 14 anos quando ouvi na rádio "Dancing in the Dark" do álbum (vinil) "Born in the U.S.A" .Pouco tempo depois comprei o álbum, que ainda hoje possuo (excelente álbum). Fiquei a conhecer musicas como "Glory Days", "I'm on Fire" ou "My Hometown" entre outras. Ao longo do tempo fui comprando outros álbuns, tendo conseguido arranjar o primeiro álbum por ele editado, "Greetings from Asbury Park, N.J." (1973). 
Eleger uma música de Bruce Springsteen como sendo a melhor é impossível, no entanto aqui ficam duas das que mais gosto e que mostra que o "boss" ainda está em grande forma. Na primeira, acompanhado ao início, à guitarra, pelo inseparável Steven Van Zandt. A Segunda, deixo em duas versões.  A primeira tal como a conheci em 1984/5 e a segunda versão, mais recente, quase 30 anos depois, no concerto em Milão, em 2012.

"The River" editado em 1980 no álbum com o mesmo nome: http://www.youtube.com/watch?v=1RR8zDTc0DE 

"Dancing in the Dark" do album "Born in the U.S.A", editado em 1984: http://www.youtube.com/watch?v=129kuDCQtHs 


"Dancing in the Dark" no concerto em milão em 2012:  http://www.youtube.com/watch?v=u1c2qXYhI6Q


terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempestades em alto mar.


Tanto se tem falado saída de Portugal da União Monetária. Tento encontrar vantagens e desvantagens e fico na mesma. A dimensão de uma atitude destas é de tal maneira enorme que não consigo imaginar o seu efeito. O que seria das nossas poupanças, dos nossos salários, dos preços dos produtos e serviço, das nossas exportações, dos nossos empréstimos, enfim, são tantas as questões, sinto-me muito limitado para encontrar respostas para todas elas. Será que se tivéssemos feito como a Inglaterra e a Dinamarca, que não aderiram ao euro, estaríamos melhor? Possivelmente, se o tivéssemos feito, não teríamos tido tantos recursos financeiros para investir. Não teríamos estradas como as que temos, não teríamos escolas novas, não teríamos novos hospitais, não teríamos tanto financiamento às empresas e à agricultura, e, certamente, não teríamos tanta dívida externa. Seriamos um país mais pobre, mas com as contas mais equilibradas.  
Falando dos empréstimos. Como sobreviveriam os bancos, que concederam e contraíram empréstimos em euros e que teriam de continuar a pagar os empréstimos ao exterior em euros, recebendo dos empréstimos concedidos internamente em escudos? (se é que assim se voltaria a chamar a moeda nacional)
Os salários. Será que se manteria o rácio entre o salário nominal e o salário real? E o leque salarial, seria o mesmo?
As nossas poupanças. Será que após a conversão para a nova moeda o valor dos depósitos se manteria? Ou seja, mesmo com a nova moeda, eu manteria o valor do meu deposito? Creio que não. Aqui, tenho a certeza que não. O que se faria, caso se tivesse conhecimento antecipadamente da conversão da moeda? Seria uma correria aos bancos para levantar todas as poupanças ainda em euros e assim garantir o valor inicial do depósito. 

O barco já navega em alto mar. Vivem-se momentos de grande tempestade e o barco poderá não aguentar o impacto das ondas. Temos, na minha opinião, três hipóteses. Ou voltamos para trás, correndo todos os riscos do regresso, com todas a incertezas que daí advêm, ou seguimos em frente, ajustando o barco às águas em que navegamos, fazendo os sacrifícios necessários, ou apenas deixamos o barco ir ao fundo. 

segunda-feira, 11 de março de 2013

IVA na agricultura




Se antes da entrada em vigor do OE para 2013 as transmissões de bens e a prestações de serviços efetuadas no âmbito das explorações agrícolas estavam isentas de IVA ao abrigo do artigo 9º do Código do IVA (CIVA), a partir do dia 1 de Abril deixarão de estar. Com a revogação do nº 33 do referido artigo, a agricultura deixou de estar contemplada com a isenção.
Passou a constar da LISTA I (bens sujeitos à taxa reduzida, 6%) do referido código, no ponto 5, o seguinte texto;
“5- As transmissões de bens efetuados no âmbito das seguintes atividades de produção agrícola:
5.1 – Cultura Propriamente dita
5.1.1 – Agricultura em geral, incluindo a viticultura;
…. “
Inequivocamente, a agricultura deixou de estar isenta de IVA, passando a estar sujeita à taxa de 6%. Assim, os agricultores terão que se dirigir a um serviço de finanças, e proceder ao início de atividade  isto caso já não sejam sujeitos passivos de IVA. Ao proceder ao início de atividade  terão de estimar o valor do seu volume de negócios(*) para que sejam enquadrados no regime geral ou no regime de isenção.
Mesmo havendo sujeição ao IVA, poderá haver agricultores que fiquem isentos. A isenção está prevista no artigo 53º do CIVA. Este artigo, prevê o benefício de isenção de IVA aos sujeitos passivos, enquadrados no regime simplificado, que tenham, no ano anterior, um volume de negócios inferior a 10.000€. Para beneficiar desta isenção é necessário, também, que os sujeitos passivos não pratiquem operações de importação, exportação ou atividades conexas.
Se por qualquer motivo, um sujeito passivo, enquadrado no regime do artigo 53º  não queira estar isento de IVA, poderá renunciar à isenção(**) ao abrigo do artigo 55º.
Para muitos que se encontram abrangidos pelo artigo 53º, poderá parecer benéfico manterem-se neste regime. A renúncia à isenção é, em muitos casos, mais benéfica que a isenção. É aconselhável pedir a opinião ao funcionário das finanças ou até mesmo a um Técnico Oficial de Contas.
É importante ter a noção do volume de negócios previsto quando se der início da atividade  Se se prevê um volume de negócios superior a 10.000€, não vale a pena dizer que é inferior. As consequências do erro são, em geral, muito graves.

Há muito que se aguardava a revogação do n.º 33 do artigo 9º do CIVA. Poderá parecer estranho aquilo que vou dizer, mas, na minha opinião, não se justificava isentar a agricultura. O IVA é um imposto geral sobre o consumo que surge em todas as fases do circuito económico. Desde o produtor ao consumidor, o IVA, não é mais que um imposto sobre margem de lucro de um produto ou serviço, daí o nome Imposto sobre o Valor Acrescentado. Liquidar IVA nas vendas, permito-nos também deduzir nas compras. Se nas vendas, a agricultura, está sujeita a uma taxa de 6%, já nas compras a maioria dos bens e serviços são tributados à taxas de 13% e 23%, o que poderá, em certos momentos, originar IVA a favor do sujeito passivo. Com o anterior artigo 9º, o agricultor, suportava o valor do IVA das compras dos produtos, como era o caso dos adubos, os fitofármacos, os combustíveis, as alfais, as máquinas, entre outros. Agora, com a sujeição ao imposto, o agricultor poderá recuperar o imposto suportado nas compras de bens e prestações de serviços.

Concluo dizendo que a agricultura é, cada vez mais, uma atividade moderna que muito orgulha quem dela e para ela vive.
  


(*)
O volume de negócios é constituído pelo valor, com exclusão do imposto, das transmissões de bens e prestações de serviços efectuadas pelo sujeito passivo.

(**) Artigo 55.º - Renúncia à isenção
“1 - Os sujeitos passivos susceptíveis de beneficiar da isenção do imposto nos termos do artigo 53.º podem a ela renunciar e optar pela aplicação normal do imposto às suas operações tributáveis …”

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Porque será que as travessias do Tejo só pagam 6% de IVA?


Quem já passou numa das pontes que ligam as duas margens do Tejo, certamente, terá reparado, ou não, que o IVA das facturas da Lusoponte é a 6%. Tudo estaria bem não fosse o caso de nas SCUT o IVA ser a 23%. Vejam, por exemplo, as facturas na A23, A24 e A25.

Sendo a região de Lisboa uma das mais ricas da Europa, não entendo o porquê desta assimetria. Taxar portagens da região mais rica do país a 6% e das regiões mais pobres a 23% é uma tremenda injustiça.
Valores mais altos se levantam.

Assim anda este país.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Prorrogação do prazo de pagamento da dívida.


Hoje ouvi o líder socialista, António José Seguro, dizer que o atual governo reagiu tarde ao pedido de prorrogação do prazo de pagamento da dívida. No seu discurso, refere que o PS já defendia esta medida há muito tempo e que só agora o PSD entendeu que teria de o fazer. São palavras suas “Hoje ficou provado, uma vez mais, que a alternativa existe. A estratégia do PS revelou-se possível e necessária para o país”. Quem ouvir este senhor falar, e tiver memória curta, não se recordará do pedido tardio de ajuda externa feito pelo então líder do PS, José Socrates. São estes senhores que querem ser alternativa, os mesmos que, por orgulho, preferiam deixar ir o barco ao fundo a pedir ajuda.
São vários os comentadores da nossa praça que defendem a tese de que se o pedido de ajuda de Portugal tivesse sido feito quando o então ministro das finanças, Teixeira dos Santos, disse que se os juros da divida portuguesa ultrapassassem os 7%, Portugal deveria pedir ajuda, hoje certamente o sacrifício dos portugueses seria menor. Nessa altura, o PS não tinha essa visão antecipada que tem hoje!
Pedir a prorrogação do prazo de pagamento da divida agora ou há um ano atrás não é a mesma coisa. Hoje há mais confiança dos mercados na economia portuguesa, logo mais garantias de cumprimento de pagamento por parte de Portugal para com os nossos credores.


A manipulação das palavras é feita, em política, de acordo com quem a profere. Com os mesmos dados pode-se manipular qualquer informação, os políticos são peritos nisso. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Subsídios agricolas


 

Os subsídios agrícolas em Portugal têm, na minha opinião, sido atribuídos na forma inversa aquela que deveriam.

Atribuem-se subsídios pela fraca produtividade, quando se deveria atribuir subsídios a quem se esforça e consegue produtividades altas.

Se um agricultor, por qualquer motivo, em determinado ano, tem produções baixas, tem possibilidade de recorrer a subsídios e seguros financiados pelo Estado,para compensar a perda. Neste caso, o Estado, gasta dinheiro e o mercado fica sem produtos agrícolas. Apenas ganha o agricultor.

Por outro lado, se um agricultor tem um bom ano de colheitas depara-se com dois problemas. O primeiro é conseguir escoar os produtos, o segundo e conseguir preços competitivos para concorrer com outros mercados. Penso que, neste caso, deveria haver financiamento do Estado, não só para subsidiar os preços, mas principalmente para premiar o esforço de um ano árduo.

O que aqui relato é um pouco como o trabalho em Portugal. O Estado gasta dinheiro com quem não trabalha e pune, com impostos, quem trabalha.

Nota: Este texto não se baseia em factos reais, é mera ficção.