segunda-feira, 26 de abril de 2021

25 de Abril

 

É do conhecimento geral que, na madrugada de 25 de abril de 1974, um grupo corajoso de capitães, iniciou um movimento para derrubar o Estado Novo. Para muitos, este movimento, estava condenado ao fracasso, tal como outros que foram levados a cabo anteriormente. O Estado estava fragilizado, devido ao desgaste de várias décadas de um regime ultrapassado, sem ideias para o país, com o povo a viver mal, fruto também da guerra colonial. O descontentamento era geral!

Assim, a 25 de abril de 1974, conseguiu-se repor a democracia, sem violência nem banhos de sangue. Apenas se registaram 4 mortes e alguns feridos, provocadas pela PIDE que, em desespero, disparou sobre populares que estavam na rua em manifestação.

Estes capitães arriscaram a vida por todos os portugueses. Houve situações caricatas que revelam a determinação e vontade para que este dia fosse de sucesso. Os atos de Salgueiro Maia, do ex-alferes Brito e Cunha e do Capitão Costa Martins são exemplo disso. Este último, ao ver que o grupo de militares, incumbido de tomar o aeroporto de Lisboa, não aparecia, resolveu ele sozinho tomar o aeroporto, dizendo à segurança do aeroporto que se rendessem, pois estavam cercados por todos os lados. Terá sido coragem ou loucura?

Os ideais de democracia e liberdade destes militares foram finalmente concretizados. Pretendiam derrubar o Estado Novo e dar ao povo a liberdade de escolherem livremente quem os deveria governar. No período que se seguiu ao 25 de abril, nem tudo foram mares de rosas. Ficou celebre o denominado “Verão Quente” no ano de 1975, até que a 25 de novembro de 1975 se consegue neutralizar um golpe militar afeto à esquerda que pretendia tomar o poder. Não fossem as tropas comandadas pelos oficiais Jaime Neves e Ramalho Eanes, e Portugal ter-se-ia tornado da República Popular Portuguesa. Algo parecido com Cuba.

Otelo Saraiva de carvalho, aquele que foi o estratega da revolução do 25 de abril, defensor dos ideais de democracia, foi a seguir, um dos impulsionadores para que Portugal se tornasse no país de esquerda. Fez inclusivamente uma viagem a Cuba para ver, no terreno, implantado o sistema de esquerda. Otelo ficou também associado às FP 25, grupo terrorista de extrema-esquerda que levou a cabo atentados que provocaram várias dezenas de mortes.

Hoje, vivemos em democracia graças a estes homens que honraram a farda que vestiam. A eles o meu agradecimento.

Tenho para mim que não há regimes perfeitos. Mesmo a democracia tem os seus defeitos! A verdadeira democracia não deveria, por exemplo, permitir a corrupção, o compadrio e o enriquecimento ilícito. Mas permite! E quanto mais poderoso é o prevaricador, mais impune se torna a sua acusação e condenação.

Viva a Democracia!