terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempestades em alto mar.


Tanto se tem falado saída de Portugal da União Monetária. Tento encontrar vantagens e desvantagens e fico na mesma. A dimensão de uma atitude destas é de tal maneira enorme que não consigo imaginar o seu efeito. O que seria das nossas poupanças, dos nossos salários, dos preços dos produtos e serviço, das nossas exportações, dos nossos empréstimos, enfim, são tantas as questões, sinto-me muito limitado para encontrar respostas para todas elas. Será que se tivéssemos feito como a Inglaterra e a Dinamarca, que não aderiram ao euro, estaríamos melhor? Possivelmente, se o tivéssemos feito, não teríamos tido tantos recursos financeiros para investir. Não teríamos estradas como as que temos, não teríamos escolas novas, não teríamos novos hospitais, não teríamos tanto financiamento às empresas e à agricultura, e, certamente, não teríamos tanta dívida externa. Seriamos um país mais pobre, mas com as contas mais equilibradas.  
Falando dos empréstimos. Como sobreviveriam os bancos, que concederam e contraíram empréstimos em euros e que teriam de continuar a pagar os empréstimos ao exterior em euros, recebendo dos empréstimos concedidos internamente em escudos? (se é que assim se voltaria a chamar a moeda nacional)
Os salários. Será que se manteria o rácio entre o salário nominal e o salário real? E o leque salarial, seria o mesmo?
As nossas poupanças. Será que após a conversão para a nova moeda o valor dos depósitos se manteria? Ou seja, mesmo com a nova moeda, eu manteria o valor do meu deposito? Creio que não. Aqui, tenho a certeza que não. O que se faria, caso se tivesse conhecimento antecipadamente da conversão da moeda? Seria uma correria aos bancos para levantar todas as poupanças ainda em euros e assim garantir o valor inicial do depósito. 

O barco já navega em alto mar. Vivem-se momentos de grande tempestade e o barco poderá não aguentar o impacto das ondas. Temos, na minha opinião, três hipóteses. Ou voltamos para trás, correndo todos os riscos do regresso, com todas a incertezas que daí advêm, ou seguimos em frente, ajustando o barco às águas em que navegamos, fazendo os sacrifícios necessários, ou apenas deixamos o barco ir ao fundo. 

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