terça-feira, 29 de novembro de 2011

VIATURAS DE LUXO

Já vem sendo hábito, ouvirmos falar de polémicas em torno de aquisição ou aluguer de viaturas por parte dos nossos políticos. O último foi o ilustre Ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares. Este afirma que herdou o carro do anterior governo, elementos do anterior governo dizem nada saber da luxuosa viatura. Mais uma vez cá está o “Zé” a pagar. Também o que são €86 mil, no meio de uma divida astronómica? Foi apenas mais um pequeno brinquedo que se adquiriu, tal como aconteceu com Submarinos para a marinha, com as Padur para o exército, com os helicópteros para a força aérea, com a luxuosa viatura da Câmara Municipal de Lisboa que Pedro Santana Lopes adquiriu, com uns estádios de futebol que agora até ardem, etc etc
A que ponto isto chegou! Mesmo sabendo a situação em que se encontrava o país, os nossos políticos continuaram a querer mostrar riqueza, ostentando luxuosas viaturas que o país não podia pagar. Meu Caro Ministro Pedro Mota Soares, se não foi o senhor que mandou comprar esta viatura, acredito que não tenha sido, encoste-a e mande averiguar quem foi o responsável por tal acto para que o possa responsabilizar criminalmente, sim, porque isto é um crime.
O governo que retira passes sociais a idosos e estudantes, não pode andar com viaturas de €80 mil. Se pretendem gastar esse dinheiro todo, comprem um autocarro, assim podem dar boleia a quem necessite e ficam bem vistos.
Aprendi desde muito novo que “tanto é ladrão quem rouba como quem fica ao portal”, por isso, se não quer ficar ao portal mostre que não quer, não usando a viatura em causa e responsabilizando judicialmente que é verdadeiramente responsável. Vir dizer que não foi o senhor que mandou comprar a viatura não chega, é necessário mostrar que está contra a aquisição.  

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MINISTROS DOUTORES


A revista “Visão” desta semana, traz, nas suas páginas, um estudo efectuado por dois politólogos sobre o currículo académico dos governantes e a situação económica de um país. Segundo a revista, foram estudadas a formação escolar dos dirigentes de 27 Estados entre 1973 e 2010.  Por mais estranho que pareça, os países da zona euros com mais problemas económicos, são aqueles que têm tido os ministros com maior formação escolar. Em percentagem, na Grécia, 69% dos ministros das finanças que governaram, no período em estudo, eram doutorados em economia, em Portugal esta percentagem foi de 55%, seguido da Espanha com 54%. Verifica-se, porém, que esta percentagem é de apenas de 30% na França e de 26% na Alemanha. Sendo o mais curioso do estudo, verificar-se que no Reino Unido a percentagem é nula (0%).
Este estudo, vem contra tudo o que se pensava como sendo um dado adquirido, que tinha por base a ideia que o ministro das finanças deveria ser alguém com um boa formação na área económica. Penso que esta era uma ideia generalizada. Sinceramente, ao escrever este texto, sinto-me um pouco baralhado, quase sem argumentos para contrariar este estudo, ou para o justificar. Ou temos maus economistas, ... ou as finanças não têm por base as teorias economias ...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O 13º Mês

Anda por aí a circular um mail (ver texto final) que compara o salário mensal dos portugueses com o salário semanal dos ingleses. É dito que o 13º mês (Subsídio de Natal) é uma ilusão e que afinal nós não ganhamos um salário a mais, mas sim o mesmo que os ingleses.
Ao ler o texto pela primeira vez, tudo parece correto, no entanto após uma segunda leitura verifiquei que algo não estava correto. Quem escreveu o texto, teve o cuidado de levar o leitor ao resultado que pretendia. A determinada altura o autor do texto diz que o mês tem quatro semanas, o que todos sabemos que não é correto. Se o mês tivesse apenas o numero redondo de quatro semanas, o ano só teria 48 semanas, ou seja, 4 semanas x 12 meses = 48 semanas. Todos sabemos que o ano tem 52 semanas. Para sabermos qual a média de semanas por mês num ano, deveríamos fazer as contas da seguinte forma: Se o ano tem 52 semanas e 12 meses, então a média de semanas por mês é de 4.(33) semanas, (52:12=4.333). Assim se, como nos diz o texto, se o trabalhador ganha €700,00, então ganha, em média, por semana €161.54, e não os €175,00. Com estes valores, €161.54x52 semanas, temos o valor de €8.400,00 que será o mesmo que €700,00x12 meses.
Já o tinha dito, não sou a favor do corte dos subsídios de férias e de Natal, no entanto, compreendo que é um mal necessário para combater o deficit das contas públicas. Não aceito é que se escrevam textos falaciosos com intuito de manipular a opinião do comum dos cidadãos, como é o meu caso.
Tendo consciência que não sou possuidor de uma verdade absoluta, esta minha opinião é suscetível de não ser aceite por todos, no entanto sinti-me no dever de a proferir.

- O texto em questão recebido por e-mail -
Há que tirar as devidas conclusões!!!

Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente! Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade MAIS crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Lembrando que o 13º MÊS em Portugal foi criado em 1972, no governo de MARCELO CAETANO, e que nenhum governo depois mexeu nisso, vem agora o governo retirar aos funcionários públicos o 13º mês, ou "subsídio de natal". Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.
O 13º mês é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem "capitalistas", ou "socialistas", e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.
Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.
Suponhamos que você ganha €700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de €8.400,00 por um ano de doze meses.

€ 700,00 X 12 = € 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º Mês
€ 8.400,00 (Salário anual)
+ € 700,00 (13º salário) =
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€ 9.100,00 (Salário anual + o 13ºMês)

O trabalhador vai para casa todo feliz com o "governo amigo dos trabalhadores", que mandou o patrão pagar o 13º mês.
Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer uma simples conta que aprendeu no Ensino Básico:
Se o trabalhador recebe € 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana € 175,00.
€ 700,00 (salário mensal) e 4 (semanas que tem o mês) = € 175,00 ( de salário semanal)
O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos

€ 175,00 (Salário semanal) X 52 (Número de semanas anuais)
-------------------
€ 9.100,00

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual + o 13º salário.
Surpresa, surpresa? Onde está, portanto, o 13º Salário?
A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse facto simples: A resposta é que o governo, que faz as leis, rouba-lhe uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.
No final do ano, o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário, ou subsídio de natal, dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Como palavra final para os trabalhadores inteligentes:
Não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.
Conclusão:
Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional.

13º MÊS NÃO É PRÉMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!”

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Salário de gestores públicos não poderá ser superior ao do Primeiro Ministro

Hoje, por decisão do Conselho de Ministros, irá haver alteração no estatuto dos gestores públicos. Não se sabendo ainda pormenores sobre o conteúdo do documento aprovado, arrisco a fazer algumas sugestões. Em primeiro lugar, deveria ser alterado o artigo 32º do referido estatuto, (Está visto que tive que ir ler o estatuto). Este artigo permitia a utilização de cartões de crédito e telefones móveis por parte dos gestores públicos. Eram definidos limites máximos na utilização de telefones e definidas regras para o uso dos cartões de crédito. O problema coloca-se quando se lê no artigo que estes limites são definidos pelo conselho de administração das respetivas empresas. Está visto, quem beneficia é que decide, logo poderá haver excessos e uso indevido.
Muito interessante é ler os artigos 28º e 29º que regulam as remunerações. Estes artigos falam de remunerações fixas e variáveis dos gestores executivos e ainda dos gestores não executivos. Também aqui as remunerações são definidas, na maioria dos casos, pelos órgãos das próprias empresas, noutros casos são definidos pelos ministérios que as tutela. Pelo que hoje me foi dado a entender, para futuro as remunerações fixas serão indexadas ao salário de Primeiro-ministro. Não vi, até ao momento, algo que fale sobre forma como as remunerações variáveis serão pagas. Até agora, as componentes fixas e variáveis das remunerações dos gestores eram determinadas em função da complexidade, exigência e responsabilidade inerentes às respetivas funções e atendendo às práticas normais de mercado no respetivo setor de atividade (n.º7, artigo 28º). Não se sabe como, nem quem, determinava a complexidade e exigência das respetivas funções. No fundo, como já é costume, a Lei permite que haja excessos e exageros. Sendo a complexidade um termo subjetivo, abrem-se portas à imaginação humana, …
Interessante, também, é o n.º8 do mesmo artigo que diz - “A componente variável corresponde a um prémio estabelecido, nos termos dos números anteriores, atendendo especialmente ao desempenho de cada gestor público e dependendo a sua atribuição, nos termos do artigo 6.o, da efetiva concretização de objetivos previamente determinados.” Este, na minha opinião, terá sido um artigo ignorado até hoje. Penso que é aceite por todos que o gestor deve ser remunerado em função do seu desempenho e dos objetivos determinados. A questão que se coloca é, saber porque é que gestores com desempenhos desastrosos se auto-premeiam e ignoram os objetivos, se é que os há, que lhes foram propostos. Sabe-se que as maiorias das empresas públicas, institutos, fundações, entre outras, são mal geridas, apresentando elevados passivos, no entanto os seus gestores são altamente premiados pelo seu desempenho!!!!!!
Vamos aguardar para ver o que aí vem. Será interessante ver quem são os gestores que vão aceitar estas alterações.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Meia hora a mais, ... feriados a menos, ...


Continuo a pensar que meia hora a mais de trabalho por dia não vai resolver nada, ou quase nada! Seria preferível reduzir os dias de férias, voltando dos atuais 25 dias para os 22 dias, ou até mesmo definir como 20 dias de direito a férias, o que seriam quatro semanas completas de férias. Outra medida, e já muito falada, seria a redução do número de feriados do ano. Se somos um país laico, porque é que temos feriados religiosos? E sendo religiosos, porque é que são só feriados ligados ao cristianismo? Será por tradição?
Um dos feriados que não querem que acabe é o dia 10 de Junho, dia de Portugal e de Camões e das Comunidades. Pergunto: - Porquê o 10 de Junho e não o 11 ou o 9? Terá sido o 10 de Junho um dia importante na história de Portugal? Pelo que sei, nesse dia, terá morrido Luís de Camões. Será correcto chamar a este dia, Dia de Portugal?
Dia de Portugal deveria ser o 5 de Outubro. Não por ser o dia da implantação da republica, mas, principalmente, por ter sido nesse dia assinado o Tratado de Zamora (5 de Outubro de 1143). Foi neste tratado que ficou estabelecida a independência do reinado de Portugal em relação a Castela e Leão. Ou seja, os condados nossos vizinhos, reconhecem neste tratado a soberania de Portugal.  Este sim deveria ser o Dia de Portugal. Mas claro, a Constituição da Republica Portuguesa diz logo no seu artigo 1º que Portugal é uma República, … ia agora comemorar um dia monárquico!? Nem pensar! Comemora-se o 5 de Outubro por ser o dia da implantação da Republica (1910). Dia de Portugal é 10 de junho, dia importante na história da nação. 
Com todo o respeito que Camões merece, o dia da sua morte não será mais importante que o dia 5 de Outubro de 1143. Disto tenho a certeza.