É do conhecimento geral que, na
madrugada de 25 de abril de 1974, um grupo corajoso de capitães, iniciou um
movimento para derrubar o Estado Novo. Para muitos, este movimento, estava
condenado ao fracasso, tal como outros que foram levados a cabo anteriormente.
O Estado estava fragilizado, devido ao desgaste de várias décadas de um regime ultrapassado,
sem ideias para o país, com o povo a viver mal, fruto também da guerra
colonial. O descontentamento era geral!
Assim, a 25 de abril de 1974, conseguiu-se
repor a democracia, sem violência nem banhos de sangue. Apenas se registaram 4
mortes e alguns feridos, provocadas pela PIDE que, em desespero, disparou sobre
populares que estavam na rua em manifestação.
Estes capitães arriscaram a vida
por todos os portugueses. Houve situações caricatas que revelam a determinação
e vontade para que este dia fosse de sucesso. Os atos de Salgueiro Maia, do ex-alferes Brito e Cunha e do Capitão Costa
Martins são exemplo disso. Este último, ao ver que o grupo de militares, incumbido
de tomar o aeroporto de Lisboa, não aparecia, resolveu ele sozinho tomar o
aeroporto, dizendo à segurança do aeroporto que se rendessem, pois estavam
cercados por todos os lados. Terá sido coragem ou loucura?
Os ideais de democracia e liberdade
destes militares foram finalmente concretizados. Pretendiam derrubar o Estado
Novo e dar ao povo a liberdade de escolherem livremente quem os deveria
governar. No período que se seguiu ao 25 de abril, nem tudo foram mares de rosas.
Ficou celebre o denominado “Verão Quente” no ano de 1975, até que a 25 de novembro
de 1975 se consegue neutralizar um golpe militar afeto à esquerda que pretendia
tomar o poder. Não fossem as tropas comandadas pelos oficiais Jaime Neves e
Ramalho Eanes, e Portugal ter-se-ia tornado da República Popular Portuguesa. Algo
parecido com Cuba.
Otelo Saraiva de carvalho, aquele
que foi o estratega da revolução do 25 de abril, defensor dos ideais de democracia,
foi a seguir, um dos impulsionadores para que Portugal se tornasse no país de
esquerda. Fez inclusivamente uma viagem a Cuba para ver, no terreno, implantado
o sistema de esquerda. Otelo ficou também associado às FP 25, grupo terrorista
de extrema-esquerda que levou a cabo atentados que provocaram várias dezenas de
mortes.
Hoje, vivemos em democracia
graças a estes homens que honraram a farda que vestiam. A eles o meu
agradecimento.
Tenho para mim que não há regimes
perfeitos. Mesmo a democracia tem os seus defeitos! A verdadeira democracia não
deveria, por exemplo, permitir a corrupção, o compadrio e o enriquecimento ilícito.
Mas permite! E quanto mais poderoso é o prevaricador, mais impune se torna a
sua acusação e condenação.
Viva a Democracia!
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