Ouvi na rádio que se comemora hoje,
dia 3 de Abril de 2016, o aniversário da morte de Agostinho da Silva, o grande
pensador português do Sec XX.
Para o recordar, fui visualizar uma
das entrevistas que agostinho da Silva deu na RTP no programa intitulado “Conversas
Vadias”. Neste programa eram convidadas, pessoas conhecidas para conversarem/entrevistarem
Agostinho da Silva. Li, no livro “Agostinho
da Silva – A última Conversa”, da autoria de Luís Machado, onde o autor
relata que quando Agostinho da Silva foi convidado pela direção da RTP para
fazer o programa, pôs como condição não saber quem era o convidado para cada
programa, só o saberia na hora de início do programa, para assim não ter tempo
de se preparar e ser o mais natural e sincero possível.
Nesse mesmo livro, a determinada
altura, ele fala sobre o momento em que lhe foi atribuída a reforma. Quando viu
o valor que iria receber, disse, a quem o atendia, que não queria tanto
dinheiro, que dessem uma parte a uma instituição ou que o Estado ficasse com
ele. Como não era possível, acabou por criar um fundo onde o dinheiro era
depositado todos os meses, com a intenção de um dia reverter para algo de
social que fosse benéfico para a sociedade. Esta faceta da sua vida mostra bem o
desapego que tinha aos bens materiais.
Aqui ficam algumas das muitas frase
de Agostinho da Silva:
“Nenhum político deve esperar que lhe
agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem
devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo
as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos.”
“A política tem sido a arte de
obter a paz por meio da injustiça.”
“Deve-se estar atento às ideias novas que vêm
dos outros. Nunca julgar que aquilo em que se acredita é efetivamente a
verdade. Fujo da verdade como tudo, porque acho que quem tem a verdade num
bolso tem sempre uma inquisição do outro lado pronta para atacar alguém; então
livro-me de toda a espécie de poder - isso sobretudo.”
“O que impede de saber não são nem o tempo nem
a inteligência, mas somente a falta de curiosidade.”
“Aqui tem você um conselho que lhe
poderá servir para a sua filosofia: não force nunca; seja paciente pescador
neste rio do existir. Não force a arte, não force a vida, nem o amor, nem a
morte. Deixe que tudo suceda como um fruto maduro que se abre e lança no solo
as sementes fecundas. Que não haja em si, no anseio de viver, nenhum gesto que lhe
perturbe a vida.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário