terça-feira, 5 de abril de 2016

O pensador Agostinho da Silva

Ouvi na rádio que se comemora hoje, dia 3 de Abril de 2016, o aniversário da morte de Agostinho da Silva, o grande pensador português do Sec XX.  
Para o recordar, fui visualizar uma das entrevistas que agostinho da Silva deu  na RTP no programa intitulado “Conversas Vadias”. Neste programa eram convidadas, pessoas conhecidas para conversarem/entrevistarem Agostinho da Silva. Li, no livro “Agostinho da Silva – A última Conversa”, da autoria de Luís Machado, onde o autor relata que quando Agostinho da Silva foi convidado pela direção da RTP para fazer o programa, pôs como condição não saber quem era o convidado para cada programa, só o saberia na hora de início do programa, para assim não ter tempo de se preparar e ser o mais natural e sincero possível.
Nesse mesmo livro, a determinada altura, ele fala sobre o momento em que lhe foi atribuída a reforma. Quando viu o valor que iria receber, disse, a quem o atendia, que não queria tanto dinheiro, que dessem uma parte a uma instituição ou que o Estado ficasse com ele. Como não era possível, acabou por criar um fundo onde o dinheiro era depositado todos os meses, com a intenção de um dia reverter para algo de social que fosse benéfico para a sociedade. Esta faceta da sua vida mostra bem o desapego que tinha aos bens materiais.

Aqui ficam algumas das muitas frase de Agostinho da Silva:

 “Nenhum político deve esperar que lhe agradeçam ou sequer lhe reconheçam o que faz; no fim de contas era ele quem devia agradecer pela ocasião que lhe ofereceram os outros homens de pôr em jogo as suas qualidades e de eliminar, se puder, os seus defeitos.”

“A política tem sido a arte de obter a paz por meio da injustiça.”

 “Deve-se estar atento às ideias novas que vêm dos outros. Nunca julgar que aquilo em que se acredita é efetivamente a verdade. Fujo da verdade como tudo, porque acho que quem tem a verdade num bolso tem sempre uma inquisição do outro lado pronta para atacar alguém; então livro-me de toda a espécie de poder - isso sobretudo.”

 “O que impede de saber não são nem o tempo nem a inteligência, mas somente a falta de curiosidade.”


“Aqui tem você um conselho que lhe poderá servir para a sua filosofia: não force nunca; seja paciente pescador neste rio do existir. Não force a arte, não force a vida, nem o amor, nem a morte. Deixe que tudo suceda como um fruto maduro que se abre e lança no solo as sementes fecundas. Que não haja em si, no anseio de viver, nenhum gesto que lhe perturbe a vida.”