Está em discussão o aumento do salário mínimo nacional
(SMN).
Numa situação de pleno crescimento económico, todos estariam de
acordo no seu aumento. Não é o que acontece! Portugal não tem tido crescimentos
económicos que justifiquem um aumento significativo do SMN. A inflação também
não tem ajudado, pois encontra-se em valores bastante baixos, havendo já
alturas em que foi negativa, o que, pela teoria de alguns, deveria fazer baixar
o SMN.
Estão duas teorias em discussão. Uma de esquerda que defende o
aumento do SMN para valores próximos dos 600€, para assim, segundo dizem,
proporcionar o aumento do poder de compra e assim dinamizar a economia. Uma
outra teoria, defendida pela ala centro/direita, diz que o SMN não deve, para
já, ter um aumento tão elevado, pois iria provocar um agravamento nos gastos
das empresas e assim torna-las menos competitivas, levando à diminuição das
exportações.
Resumidamente, foi isto que entendi do que fui vendo e ouvindo na
comunicação social.
Em minha opinião, a teoria de esquerda seria a mais razoável desde
que o aumento do SMN levasse as pessoas a consumirem apenas produtos produzidos
em Portugal. Sabemos que não é isto que acontece. Ora, isto não acontecendo, o
aumento do SMN contribuirá para um maior desequilíbrio da balança comercial
fazendo aumentar as importações.
Quais os hábitos de consumo da classe social que ganha o SMN?
Quais os estabelecimentos onde adquirem os bens de que necessitam? Estando os
bens de primeira necessidade satisfeitos com o salário atual, com aumento de
salário, quais as preferências dos consumidores?
São muitas as dúvidas! …
Em minha opinião, o aumento do SMN para os 600€ (+18%), não irá
dinamizar a economia na proporcionalidade do aumento. Se com 95€ ilíquidos a
mais de salário as pessoas procurassem produtos de fabrico nacional, o aumento dos índices económicos até poderiam ser maiores. O que vai acontecer, é as pessoas procurarem ainda mais
as lojas mais acessíveis como as dos chineses, onde os produtos são, na sua
maioria, originários da China.
É característico dos partidos de esquerda, em Portugal, exigirem
este tipo de medidas sem nunca darem soluções para financiar essas medidas. Demagogias ...
Fazem as propostas que os povo quer ouvir, e, depois de aprovadas,
quem governa que arranje formas de as financiar. Veja-se a situação política
atual em Portugal, em que temos um governo minoritário, que perdeu as eleições,
mas que é suportado pelos partidos de esquerda, não tendo estes aceite formar
esse mesmo governo. Ao aceitarem formar governo, os partidos de esquerda,
passariam para o lado de quem tem de arranjar as soluções de financiamento para
as propostas por eles apresentadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário