Está tudo virado ao avesso! A
coligação PSD/CDS ganhou, ainda que sem maioria, as eleições legislativas e quem anda
em contactos com os outros partidos para formar governo é António Costa!!!
A confirmar-se, penso que será a primeira
vez na história de Portugal que o líder do segundo partido mais votado toma
posse como primeiro-ministro (PM). Ainda hoje, pelas declarações de António Costa à saída
da reunião, na sede do PS, com os líderes da coligação, deu para entender que o
que ele quer é ser PM , todas estas reuniões com a coligação
são para entreter e depois poder dizer que tentou o acordo.
Na hipótese de se formar um
governo de coligação entre o PS a CDU e o BE, quem realmente governaria? O PS,
porque o PM seria o seu líder, ou seriam os partidos minoritários que fariam refém
o PS? Parece-me que a segunda hipótese se tornaria mais viável! Ainda está na
memória de todos a irrevogabilidade de Paulo Portas! Pressão e chantagem são
medidas de peso nestas situações.
Vamos por partes. Realmente, a
maioria dos votantes, e não dos portugueses como dizem os políticos, porque
muita gente não votou, não votaram na coligação. Pergunto eu, e aqueles que
votaram no PS, na CDU, no BE, no PAN e noutras forças politicas, quererão que
haja uma coligação de esquerda? Ainda ontem um amigo socialista me dizia que
não aceita que o seu partido faça coligação com o BE, aceita com a CDU, mas com
o BE nunca. Penso que este será o pensamento de muitos socialistas, ou não!
Estranho ver a líder do BE falar
da forma que fala, como se tivesse ganho a eleições. Será que ela sabe qual a
percentagem de votos que teve? São pouco mais de 10%! Ela fala numa vitória da
esquerda. A verdadeira esquerda teve pouco mais de 18% (CDU+BE). Que eu saiba, dentro do PS, há duas facões, uma de ala mais à esquerda e outra de uma ala mais
à direita.
Em menos de uma semana, António
Costa, alterou o discurso. Defendeu em campanha que deveria formar governo quem
ganhasse as eleições, agora já não pensa assim! Esta conversa foi só enquanto pensava que iria ganhar a eleições sem maioria. Por falar em alterar discurso,
voltamos ao BE e à CDU. Estes grandes opositores aos compromissos europeus,
defensores do não comprimento dos acordos feitos a nível europeu, vêm agora
dizer que aceitam tudo. Boa, é assim mesmo, a opinião altera em função das circunstâncias.
A nomeação do PM pelo Presidente
da Republica, vai ser um grande teste à democracia portuguesa. Se as coisas
correrem mal, ainda se vai alterar a forma de eleger os PM, passando a haver
segundas voltas para acabar com governos minoritários. Evidentemente que esta
minha solução é impensável, seria o inicio do fim da democracia portuguesa.
Penso que se se vier a formar um governo de coligação PS/BE/CDU, que vai ganhar com isso é o PSD e o CDS. Quatro anos é muito tempo, e as comadres vão acabar por se zangar...
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