quarta-feira, 10 de junho de 2015

"Se Isto é um Homem"

Aproveite o dia de hoje, 10 de junho de 2015, feriado nacional, para dedicar mais tempo à leitura. Tenho por hábito todos os dias ler, mas hoje li durante mais tempo. Comecei há dias a ler (terminei hoje) o livro de Primo Levi “Se Isto é um Homem”.

O livro, escrito na primeira pessoa, relata a vida de um judeu italiano, que é preso durante a segunda guerra mundial e enviado para um campo de concentração nazi (Primo Levi esteve preso 11 meses). Primo Levi sobrevive aos maus tratos, à fome, ao frio, às doenças e ao trabalho árduo até à chegada das tropas russas. Ao longo do livro os relatos são arrepiantes, a forma como o autor descreve cada momento passado é de uma intensidade incrível. 

Diz, a determinada altura, sobre os sonhos dos prisioneiros: “Não se deve sonhar: o momento de consciência que acompanha o acordar é o sofrimento mais intenso. Mas não nos acontece muitas vezes, e os sonhos não duram muito tempo: mais não são do que animais cansados.”

A forma irónica como descreve algumas passagens é, ainda que no meio de todo o terror de um campo de concentração, bastante cómica: “Mordo os lábios com força; todos sabemos que provocar uma pequena dor estranha serve de estímulo para mobilizar as reservas extremas de energia. Também os Kapos o sabem: alguns batem-nos por mera malvadez e violência, mas outros há que o fazem quando estamos debaixo da carga, quase como amabilidade, acompanhando as pancadas com exortações e encorajamentos, como os carroceiros com os cavalos zelosos.”

...


Este livro marcou-me!

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