Aproveite o dia de hoje, 10 de
junho de 2015, feriado nacional, para dedicar mais tempo à leitura. Tenho por hábito todos os dias ler, mas hoje li durante mais tempo. Comecei há dias a ler (terminei hoje) o livro de Primo Levi “Se Isto é um Homem”.
O livro, escrito na primeira
pessoa, relata a vida de um judeu italiano, que é preso durante
a segunda guerra mundial e enviado para um campo de concentração nazi (Primo Levi esteve preso 11 meses). Primo
Levi sobrevive aos maus tratos, à fome, ao frio, às doenças e ao trabalho árduo
até à chegada das tropas russas. Ao longo do livro os relatos são arrepiantes,
a forma como o autor descreve cada momento passado é de uma intensidade incrível.
Diz, a determinada altura, sobre os sonhos
dos prisioneiros: “Não se deve sonhar: o momento de consciência que acompanha o
acordar é o sofrimento mais intenso. Mas não nos acontece muitas vezes, e os
sonhos não duram muito tempo: mais não são do que animais cansados.”
A forma irónica como descreve
algumas passagens é, ainda que no meio de todo o terror de um campo de concentração,
bastante cómica: “Mordo os lábios com força; todos sabemos que provocar uma
pequena dor estranha serve de estímulo para mobilizar as reservas extremas de
energia. Também os Kapos o sabem: alguns batem-nos por mera malvadez e violência,
mas outros há que o fazem quando estamos debaixo da carga, quase como
amabilidade, acompanhando as pancadas com exortações e encorajamentos, como os
carroceiros com os cavalos zelosos.”
...
Este livro marcou-me!
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